Estão em palco os candidatos que se propõem resolver os problemas da nação. Dizem que precisam de votos. Que são os votos que lhes darão poder para - nos - governar, e transformar o imbróglio em que nos vão fazendo acreditar estarmos metidos, num mar, quase que de rosas.
Usam a contraluz, a maquilhagem, os ângulos mais favoráveis, a retórica popular e sintética, usam e abusam da demagogia.
...Chegaram ao espectáculo os consultores de imagem, os agentes de marketing e publicidade, os peritos em psicologia de massas... esgrimem-se estatísticas, encomendam-se sondagens, fazem-se pactos, programam-se poses, esgares, ensaia-se o tom de voz, arquitectam-se frases com impacto, usam-se golpes altos e baixos... usam e abusam, da demagogia. Quase todos sabemos disso. Quase todos sabemos que os políticos são "reféns" dos donos do dinheiro. E, para além de lhes darmos preferência na gestão das nossas poupanças (com que eles emprestam dinheiro aos nossos filhos), de depositarmos neles as nossas esperanças, de nos tornarmos segurados... que fazemos?! ...Para além de olharmos para o umbigo e governarmos a "vidinha", para além de maldizer os políticos que nos calharam em "sorte" e olharmos à volta em busca de um bode expiatório (agora é o Sócrates), que fazemos?! ...Que faz, esta esmagadora maioria que se diria fadada a ser liderada?! ...Deixa de se encharcar em séries televisivas de realidades do faz de conta? Toma a sua vida em mãos e arrisca acreditar nos seus pares? Começa a pensar e a recusar o individualismo como solução para ser feliz? Torna-se mais fraterna e justa, mais solidária, abraça deveres de cidadania?!
...Ao que parece, vai votar! ...Pouco! Desiludida que anda, com a falta de justiça, com a insegurança, com a precaridade no emprego, com a falta de solidariedade e com o individualismo, com o mundo cão... enfim... vai votar, q.b. ...uma espécie de mensagem ressentida!
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