Durão... a cabala cresce desmesuradamente! Enquanto isso, uns, ao invés de esperar tranquilamente pelo Pai Natal, resolvem ansiosos, pendurar o dito, atá-lo sem qualquer cuidado aos gradeamentos das varandas, nas janelas, em posições patéticas agarrado ás chaminés como se fosse um chouriço a ser curtido pelo fumo das lareiras em que crepitam baixinho as chamas moderadas de granulados importados, como se fosse um ladrão das bandeiras já desbotadas. Não lhe concedem um mínimo de dignidade, nem respeitam o símbolo que representa e que no fundo, nos deveria fazer lembrar, a importância de dar sem esperar nada em troca! Dar a quem ainda formula desejos, dar a quem (puro e ingénuo) acredita ser digno de receber! Outros, que tu bem sabes quem, afincadamente, continuam a trabalhar na sombra, oferecendo á esquerda e á direita presentes envenenados, sem contemplações para com o mexilhão! Mas esses, hoje em fuga para a frente, por enquanto a salvo da realidade crua... aquela que resiste a qualquer argumento, que estraçalha, dilacera e faz em papa com casca e tudo, o mexilhão genuíno, hão ainda de querer, mexilhão, com ou sem molho á espanhola e, comem é raspas...
Por estas e outras é que eu ando neste estado! Fico cheio de nervos! Graças a Deus agora tenho o comprimido...
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