É na quadra natalícia, que mais sentimos crescer em nós, o amor pelo próximo. Nunca, durante todo o santo ano, a expressão "somos todos irmãos", adquire tanto sentido.
Há quem chame ao Natal, a festa da família!... Quanto a mim, gosto de olhar para esta quadra, como uma época, em que nos dispomos a despir a capa externa do egoísmo.
Á medida que o Natal se aproxima, vamos pensando um pouco nos outros e encontramos sentido, para acelerar um pouco a correria em que vivemos, contornar dificuldades financeiras e afluir em força ás catedrais do consumo onde, perdemos a cabeça a comprar-lhes presente com que pretendemos arrancar-lhes um sorriso feliz, sem esperarmos nada em troca! Ano após ano, insistimos neste ritual. Acho que nos sabe bem!...
As crianças, são as mais presenteadas. Os adolescentes pedem dinheiro aos pais para lhes comprarem prendas. Os pais, oferecem aos filhos adultos um cheque para ajudar na despesa. O casal, troca entre si, meias, gravatas, pantufas, perfumes ou anéis, conforme o saldo do cartão de crédito.
Na consoada, em muitas instituições de solidariedade social, é servido bacalhau com batatas e couve portuguesa para muitos sem abrigo e, até pelas ruas há quem distribua algum tipo de ceia, uma fatia de bolo, um sonho... aos que (mais amargos e distantes), preferem dissimular-se nas sombras.
No dia de Natal, os "lares de terceira idade" enchem-se de visitas pouco habituais!
Do começo da noite da consoada até ao fim do dia de Natal, sente-se em geral, um espírito de boa vontade no ar... os inimigos estabelecem tréguas, as pessoas são mais compreensivas, tolerantes e rejubilam com a felicidade dos outros.
Foi tudo isto, tão bom, que me levou a pensar um Natal diferente: desde a consoada até ao fim do dia de Natal, darei largas ao meu egoísmo, á minha insensibilidade e intolerância. Em compensação, durante o resto do ano, farei justamente o contrário!
2 comentários:
Sugestão a ponderar seriamente! Espero que durante o próximo ano encontres a mesma atitude nos que se cruzarem contigo.
tounalua: quero acreditar, que cada vez mais de nós, estão dispostos a viver o espírito de Natal durante todo o ano. Pena é, que durante todo esse tempo o Pai Natal esteja sequestrado por poucas centenas de famílias que insistem em atulhar-se de presentes...
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