quinta-feira, novembro 30, 2006

Formas de ver as coisas

Jorge Nogueira, numa nota de leitura em www.fnam:

Na Edição de 28 de Fevereiro do BMJ, Jane Burgermeister relata a proibição da privatização de hospitais, pela coligação governamental no poder na Suécia, por receio de que a expansão dos cuidados de saúde privados possa destruir o princípio de um serviço de saúde justo e gratuito.

As autoridades provinciais, responsáveis na Suécia pelo sistema de saúde local, não serão no futuro autorizadas a ceder a gestão de um hospital a uma companhia baseada no lucro. Isto depois de duas autoridades provinciais, ambas controladas pelos partidos de centro direita, terem privatizado alguns hospitais estatais. No entanto o Governo, uma coligação de social-democratas com partidos de centro esquerda, argumentou que a privatização de hospitais punha em causa um princípio fundamental da saúde do país – a saber, que o tratamento médico deve ser proporcionado a cada doente de acordo com a sua necessidade e não com a sua capacidade para pagar... e continua...

Por cá, parece que está tudo dito, ou visto! Quer dizer, quem quizer cuidados de saúde com a qualidade que um sistema inteligente deveria proporcionar, bem que pode esperar sentado (se restarem cadeiras)!...
Irónico, é o cidadão cívico que não quer "entupir" as urgências do hospital com uma pressuposta gripe do filho, passar 12h desde o posto da caixa (à cata de desistências que não houve, ou de uma "palavrinha" à médica que não a quis ouvir) até ao catus e, enquanto aguarda, deparar com uma página inteira do expresso que publicíta/noticía o novo hospital exemplar do lumiar, com maquete e tudo - um investimento privado de um subgrupo do BES -, e quando chega a casa, com o puto cheio de dores de cabeça e febre (afinal era varicela, andou por lá a contagiar a malta e não devia apanhar correntes de ar...), estar a dar o DR. House!

Não fosse a saúde um pilar fundamental para podermos sair deste pântano em que nos encontramos, e o facto de o pai ter faltado a um dia inteiro de trabalho, ou de o puto ter andado o dia inteiro e boa parte da noite naquele estado a espalhar o vírus da varicela, não seria assim tão grave mas, já se sabe, não somos Suecos. Temos de viver com o que temos! Estádios de futebol... e isso assim! Só para o Aquamatrix gastamos mais de um milhão de contos!... Os Suecos até ficam de olhos tortos...

quarta-feira, novembro 22, 2006

Afinal a banca é fixe, o mistério da multiplicação dos pães ou, de como evitar endoidar

Eu bem que suspeitava que não andava bem!... Sentia revoltas crescerem em mim, coisas vagas e sem sentido, que me levavam a projectar na banca a culpa de muitas das minhas penas. Cheguei até a pensar que a banca, manobra os políticos que põe e tira a seu belo prazer, por forma a que estes mexam na merda em que ela não quer sujar as mãos e que, com mangas de alpaca e colarinhos alvos, escolhe e determina o nosso futuro!
Nunca me tinha passado pela cabeça que se alguns de nós estão a viver numa casa, devem-no à banca! Delirante, pensava eu os contrários! ...Quer dizer, se a banca têm esses lucros, bem que podia agradecer a quem lhes compra o dinheiro para encher o cú a agentes camarários, urbanizadores, construtores e empreiteiros que, por sua vez também, lhes enchem o cú a ela. À banca! Via eu com maus olhos , um antigo ministro das finanças estar hoje a trabalhar para os bancos, a guiar-lhes os olhos ensinar-lhes os meandros... Achava eu sem sentido oferecerem-me um plafond negativo e depois de me cobrarem taxas absurdas, me penalizarem como cliente de risco... pensava eu que, antes de pedir dinheiro ao City Bank ou à Cofidis para regularizar prestações em atraso de um andar húmido com tijolo de 15, um dia, algum governo viria e diria: amigos... vão roubar para a estrada! ...Tão mal que eu andava!...

segunda-feira, novembro 06, 2006

Uma pausa na vida de um ser mundano

Respirava lento. Profundamente. Abandonado o medo, baixada a guarda... sentia o corpo acompanhar aquele ir e vir de vida, sem esforço. Fechara os olhos e inebriado deixou partir uma carrada de ilusões. Extinto o querer, só dava conta de existir. Ali. Naquele momento em que o caos se lhe afigurou a ordem absoluta!

quinta-feira, novembro 02, 2006

Deus é grande e afinal os políticos não são verbos de encher

Afinal, o aumento é pequenino! ...Lançado que foi para o ar 17... 15... %... sondada que foi a reacção da malta... apalpado o pulso... ouvido o "murmurinho"... ponderou-se a decisão e... lá saiu em definitivo, um número, políticamente bem estudado... económicamente equílibrado! A coisa, anda à roda dos 6%!... Uf! Afinal não é 15, nem 16 e muito menos 17.
Graças a Deus. Olha, se têm anunciado um aumento de 6% e tivessem aumentado 6%!...
Assim, já nos sentimos aliviados e a coisa acabou bem! Quer dizer... no fundo, acabamos por ganhar à roda de 10%. Lá para 2007 logo se verá!... Pelo menos, os números foram lançados ao ar e isso, é uma grande vantagem. ...É que quando vier o resto do aumento, já estamos psicológicamente preparados.
Pena, que para que tudo tivesse corrido da melhor forma, se tivesse de tirar uma série de vidas a um ministro que estava a ir tão bem!... Eles, lá sabem e já devem ter um novo na forja!...