sábado, abril 25, 2009

O ruído

Um ruído surdo que se lhe impunha e o tolhia, desconvocava-o do encontro - que vinha adiando - consigo mesmo!
O simples conceito de silêncio, de espaço em branco, começara a apresentar-se-lhe como uma hipótese inquietante que arredava, de comando na mão em zappings vertiginosos com que entupia os sentidos!
...Talvez o silêncio fosse um perigo!? ...O bastante, para que pudessem vir a emergir do mais fundo dos seus abismos, murmúrios desconhecidos, capazes de abafar sirenes, apagar slogans e parangonas... de deletar medos, crises e psicoses instaladas, com que se habituara a viver sem necessidade de inscrever o que quer que fosse.
Conquistado o direito ao tédio, via crescer em si a melancolia e, não fora o ruído de fundo da fórmula 1, dos debates, dos filmes de terror ou aventuras... diria, que sentia saudades dos tempos em que se deixava embalar pelo silêncio e pensava pela sua própria cabeça.

quinta-feira, abril 09, 2009

A onda

Baseado em factos verídicos ocorridos em 1967, numa escola da Califórnia, Morten Rhue escreveu "A onda".
Em 1981, Alexander Grasshof, pegou nessa estória e realizou um filme para televisão com o mesmo título e, em 2008, Dennis Gansel realizou para cinema "Die welle". Qualquer das versões, será fácil de visionar. Eu, visionei esta última hoje e, fiquei com vontade de vos aconselhar a fazer o mesmo.
...Autocracia, fragilidade da mente humana, pequenos monstros que habitam em nós prontos a tomar as rédeas de assalto, para além da nossa nacionalidade ou raça...
Enfim... talvez nada de novo para nenhum de vós, ainda assim, convém recordar que perante determinados factores (bem sublinhados no filme) e, tendo em conta a natureza humana, há que ter muito cuidado no modo como se agitam as águas.

quarta-feira, abril 01, 2009

A luz da escuridão

Justamente na noite mais escura, quando o Sol e até a Lua se ausentam e nos deixam - ainda cegos da luz - a tactear na escuridão... eis que o Universo se revela mais profundo!... Cheio de pulsares e cintilares e brilhos e rastos e cores... e buracos negros cheios de segredos que o ouvir e o olhar não conseguem vislumbrar!...
É no escuro... contemplando a vastidão, que podemos sentir o murmúrio das profundezas, o silêncio mais puro vindo de todos os lugares e tempos. ...Damos por nós resgatados, rendidos. Sentimos, pertencer!