terça-feira, dezembro 16, 2008

Ítaca

Quando partires, em direcção a Ítaca,
Cuida, para que a tua jornada seja uma jornada longa,
repleta de aventuras e descobertas.

...Lestrigões, Ciclopes, o irado Poseidon...
- não os temas,
...jamais, encontrarás coisas do género no caminho,
enquanto mantiveres os teus pensamentos elevados,
enquanto, mantiveres o teu corpo e espírito, envolvido,
por uma rara e sublime sensação.

Lestrigões e Ciclopes, o rebelde Poseidon...
- nunca te poderão perturbar,
a menos que os tenhas vindo a acalentar na alma,
a menos que, por isso,
a tua alma os possa tornar uma realidade no teu caminho.

Cuida,
para que a tua jornada seja uma jornada longa
para que possam haver muitas manhãs de Verão
e que possas entrar em portos que não conhecias,
cheio de prazer e alegria.

Que possas parar nos mercados de troca Fenícios
e encontrar coisas preciosas:
madrepérola, coral, âmbar, ébano,
perfumes sensuais de todos os tipos - tantos quantos possas encontrar -,
e que possas visitar muitas cidades Egípcias,
para que uma após outra vez, possas aprender com quem sabe.

Mantêm Ítaca, sempre em mente;
chegar lá é o teu destino...
mas, de modo algum, apresses a viagem...
melhor será que dure muitos e bons anos e que sejas velho ao lá chegar,
rico, com tudo o que foste ganhando pelo caminho
sem que nunca tenhas esperado que Ítaca te enriquecesse.

Ítaca, deu-te a viagem maravilhosa.

Sem Ítaca... jamais terias partido.

...Nada lhe restará para te dar quando chegares
e talvez te possa parecer pobre...
contudo, não te terá iludido.

Sábio, como então te terás tornado,
cheio de experiência,
entenderás por fim
o que representa
e qual o significado
de Ítaca.

Konstantinos Kavafy

sábado, dezembro 06, 2008

Um conselheiro de estado

Dias Loureiro vai ter muito para explicar.
Jorge Coelho também.
Valentim Loureiro (mais um... Loureiro), Talvez não precise explicar nada:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1352260

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Eu, o BPP o BPN e outras boas empresas para nacionalizar

Tendo em conta a conjectura - sobre a qual tenho reflectido maduramente - e, não querendo deixar de utilizar o precioso sentido de oportunidade que caracteriza o homem de sucesso (o que arrisca e petisca!)... sendo ainda que, tenho a consciência de não ser o BPP ou o BPN... ainda assim... veio-me à ideia que bem podia ser nacionalizado!... Quer dizer, o estado, tornava-me viável a existência, de modo a que eu pudesse cumprir com todos os compromissos que tenho vindo a assumir para com quem acreditou em mim e me deu crédito (ainda que na mira de lucro. Especulativo, vá...).
...Uma espécie de aval ao especulador (no bom sentido!).
Tecnicamente, parece possível! Na prática... já se adivinha: tenho que dever um balurdio às pessoas certas; especuladores oportunistas, com provas dadas.
Talvez... o melhor, seja preparar-me para pagar impostos e, fugindo ao terror de ver cair um castelo de cartas, tornar o circo viável.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Sem palavras

Miguel Cadilhe

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Miguel José Ribeiro Cadilhe
Ministro de Portugal
Mandato: X Governo Constitucional
  • Ministro das Finanças

XI Governo Constitucional

  • Ministro das Finanças
Nascimento: 10 de Novembro de 1943
Póvoa de Varzim
Partido político: Partido Social Democrata
Profissão: Economista

Miguel José Ribeiro Cadilhe é um político e economista português (nascido a 10 de Novembro de 1944) foi Secretário de Estado do Planeamento em 1980, no Governo de Sá Carneiro e ministro das finanças, desde 6 de Novembro de 1985 a 5 de Janeiro de 1990, no governo presidido por Cavaco Silva.

É professor na Faculdade de Economia e Gestao da Universidade Catolica no Porto desde 2006 e presidente da API - Agência Portuguesa para o Investimento desde a sua criação em Outubro de 2002 até Dezembro de 2005, tendo sido substituído por Basílio Horta. É autor do livro "O sobrepeso do estado em Portugal", editado em 2005. É sócio maioritário da produtora Filbox Produções.

Falta dizer: Presidente do BPN. O que pensará o homem hoje, sobre o sobrepeso do estado em Portugal?

P.S: 18/11/2008

Acho a Wikipédia um projecto fascinante mas, neste caso, é provável que a informação retirada da Wikipédia esteja incorrecta!... Isto porque, o mais certo, é que o sócio maioritário da filbox seja o Cadilhe filho e não o pai - o antigo ministro, o antigo presidente da Agência Portuguesa para o Investimento, o autor do livro "O sobrepeso do estado em Portugal", etc... -. Para além disso, outras fontes garantem que o Srº, nasceu em Barcelos. Por isso peço as minhas desculpas.

segunda-feira, outubro 13, 2008

Reedição

A invenção da garantia

Não se pode dizer que tudo tenha acontecido de repente...
Quando, uma parte da maioria sucumbiu esmagada pelo peso da estrutura dos andares de cima, num acidente não coberto pelo seguro - por via de uma alínea escrita em letra pequenina -, havia muito que alguns diziam ter ouvido o ranger das traves mestras e apontavam falhas, quer na estrutura quer no terreno em que esta, tinha vindo a ser edificada. Diziam até, que a estrutura em sí cheirava a podre e que a melhor solução seria, desmontá-la e construir uma outra de raiz, mais sólida e equilibrada.
A maioria  - entretida na própria azáfama da construção da estrutura -, não pensava assim, nem de outra maneira qualquer, evitando pôr de vez em causa o chão que pisava e aquilo que julgava ter adquirido!... Preferia, acreditar numa mão fechada cheia de um nada bafiento e num futuro, que de tão distante... lhe parecia brilhante! ...Diligente, insistia em se sentir candidata a um hipotético império, um degrau acima na pirâmide... escolhendo entrementes assobiar distraída, melodias fáceis de entrar no ouvido, emitidas a toda a hora em programas de entretenimento.
Lá no topo, os vendedores de sonhos dourados e de negros pesadelos, loucos, que se julgavam donos do mundo... não paravam de sobrecarregar a estrutura, atafulhando o topo com baús cheios de tesouros pesados trocados por bugigangas. Continuavam, a encher estantes com títulos de registos de propriedades inventados à pressão, para legitimar terrenos tomados de assalto! Passavam a vida, a anotar combinações secretas para os cofres que enchiam de diamantes feito riquezas e, a mandar cunhar moedas segundo a velha receita que detinham em segredo, da feitura das fortunas... sem nunca se cansarem de afirmar, que tudo estava no seu lugar. ...Por último, até admitiam; o edifício, até podia oscilar... estava concebido para oscilar! Por isso é que não desabava!...
A cada coice de culatra, a cada omoplata partida, a cada sonho desfeito feito drama, a cada tiro no pé, a cada Zé enterrado vivo por engano ou acidente... lá vinham os argumentos da sorte e do azar, da conjectura internacional, da subida ou da descida dos factores determinantes, da baixa produção dos produtores... e, a malta... claro, nem pensava uma segunda vez, chegava até, a não pensar de todo! Engolia patranhas uma após outra vez e ia mantendo com o suor do corpo que dava ao manifesto, os pilares podres no ar!...
...Quem sabe... talvez um dia, pudessem também cagar diamantes!...
Alimentada por ilusões, obediente, qual rebanho por medo de lobos maus, temerosa dos castigos eternos... por pecados inventados em sonhos e em noites escuras pintadas por loucos e ditadores, essa ingénua, essa estúpida e dócil de calculista, essa perversa de moralista... essa maioria, tão cruel quanto submissa... aceitava resignada "o seu destino", composto de licenças e multas, de cajadadas que agachada levava no lombo pregadas por pulso forte com frieza! Tudo na expectativa de manter válida a sempre vaga garantia (que se aproximava mais de uma promessa que tornava possível a esperança...), não da vida... mas da segurança! E essa, era dada, ou melhor... vendida, pelos vendedores de sonhos dourados e dos negros pesadelos!
...Por dez réis de mel coado, pago, por cada dia que vivia, a uma companhia de seguros instalada num andar de cima, a maioria, que em caso de morte poderia... ter a vida paga... assim andava, sem saber porquê, muito mais descansada...
De pouco valia, àqueles outros (que eram só alguns), tentarem convencer a maioria, a abandonar a estrutura edificada, a serem donos da sua própria vida e guardarem o mel coado e as batatas para darem aos filhos, aos amigos, ou para trocarem com os vizinhos... é que aqueles outros, procurando preservar um mínimo de decência, insistindo na coerência, não lhes davam garantias... e isso, para a maioria, era inconcebível.

sexta-feira, setembro 26, 2008

Liberalismo?!

Estranhos... estes filósofos do mercado que em tempo de vitalidade não se cansam de exigir total liberdade sem parar de reclamar do excessivo "peso" do estado que, culpam de, com as suas regras "absurdas" fundamentadas na necessidade de justiça social, lhes condicionarem (à medida das possibilidades) as manobras manhosas para que os lucros ascendam até ao infinito!
...Estranho, porque quando perdem o fôlego e são confrontados com a impossibilidade de encher continua e indefinidamente o peito de ar e as bolsas de pepitas, aceitam de bom grado a intervenção do estado (o dinheiro dos contribuintes), em socorro de um sistema manchado por este paradoxo de defender o liberalismo na subida e aceitar o comunitarismo na descida.
Ainda assim, arrogam-se ao direito de apresentar a quem ainda lhes dá ouvidos; o bode expiatório. ...Que é, justamente, quem lhes apara a queda; os pobres e mal agradecidos, os fodidos e mal pagos, os que não pagam as dívidas aos bancos... a comunidade, vá!
Afinal, o mercado auto regula-se ou não?!

segunda-feira, setembro 01, 2008

Felicidade

"A felicidade é um espaço fino e vago
entre a necessidade e a possibilidade de a satisfazer".

sábado, junho 14, 2008

Sem título

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais...”

“... Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo... onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos... onde a falta de pontualidade é um hábito... Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano... Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos... Onde não existe cultura ou o gosto pela leitura (os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler")... onde não há consciência nem memória política, histórica nem económica... Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns (os ricos)... Onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas"... etc. etc. etc.

“Como ‘matéria prima’ de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa. Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política (e no futebol), essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte... Fico triste. Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates, nem servirá o que vier.


Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados! É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda... Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.


Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos: desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.


E você, o que pensa?.... MEDITE!”


EDUARDO PRADO COELHO

quinta-feira, março 27, 2008

Mistérios, vistas curtas, ou pura insanidade.

Vai para três anos que muitos portugueses ficaram em choque ou surpreendidos, com aquilo que se resolveu ao tempo chamar: Arrastão. Dia 10 de Junho, na praia de Carcavelos. Dois dias depois, esboçou-se coisa idêntica em Quarteira e, por essa altura, tinha ainda havido uma série de assaltos nos comboios da linha de Sintra. Tudo junto, pareceu chamar a atenção das forças de segurança e, nos dias seguintes, foram reforçados os meios. Na altura, sobre o arrastão, manifestei-me aqui e sobre a problemática em geral, aqui.
Hoje, as coisas, não continuam na mesma. Estão piores! Existem mais armas na rua e, o clima tornou-se mais periclitante. Até aqui, nada de novo. Não é?!...
...Acontece que (segundo o Expresso de 21/03/2008), na sequência destes episódios algo preocupantes, foi criado um Gabinete de Estudos Criminológicos da PSP que, lançou um projecto inédito de prevenção da criminalidade. A iniciativa, que contava com o apoio de sociólogos, ensaiou uma aproximação à realidade sócio económica dos bairros mais problemáticos, procurando compreender e, intervir na formação dos jovens sinalizados como de risco. No primeiro ano deste projecto - no balanço feito pelo subintendente Victor Rodrigues -, as expectativas tinham sido ultrapassadas, a criminalidade tinha diminuído em vários pontos percentuais (particularmente no bairro mais problemático; o "6 de Maio") e, a intenção, era estender o projecto a todos os pontos do país em que os estudos deste gabinete apontavam para a probabilidade do desenvolvimento de novos focos de violência e criminalidade.
Entretanto (continuando a citar o Expresso), a PSP dispensou a socióloga que trabalhava no projecto há três anos e o coordenador no terreno foi afastado das funções! ...Falta de verbas e outras prioridades terão sido as justificações que lhe foram dadas.
A socióloga, foi contratada pelo Centro Social do bairro 6 de Maio.
A Direcção Nacional da PSP, confirma que o projecto está em avaliação e assegura que não deixou de ser prioritário...
Parece que existem verbas para contratar mais polícias, mais equipamentos; câmaras, carros, armas e tal... os cidadãos também vão comprando, cada vez mais, armas... agora, para sanar a origem dos problemas... o que parece, é que não há vontade! ...Vá-se lá saber porquê.

terça-feira, março 25, 2008

Uma fissura grave num pilar fundamental

Isto de o estado investir em saúde privada, parece-me um paradoxo. Contudo, o Grupo Caixa Geral de Depósitos, é o principal accionista, com 75% dos "Hospitais Privados de Portugal - Saúde". Para não me parecer um paradoxo, a C.G.D. enquanto empresa pública com lucros que raiam a agiotagem - no mínimo -, entregaria os seus lucros ao estado ( a todos nós, que a financiamos desde que ela apareceu), sendo que assim o estado, teria mais dinheiro para investir em saúde pública. ...Mas isto, enfim, já começa a parecer surrealismo...
...Em Portugal, a saúde deixou de ser uma prioridade na estratégia de desenvolvimento e, passou a ser um negócio. Bancos e seguradoras, bem que o sabem, sendo que, vão advertindo que os prémios de seguro vão ter que aumentar!... Pelos vistos, estamos a voltar ao tempo das sangrias!
Razão, parecem ter aqueles que podiam contribuir com muito e por isso não contribuem com quase nada... é que, na hora de aflição, têm o dinheiro para recorrerem à medicina privada.
Enquanto isso, os mais obtusos, ainda vão fazendo dos médicos e restante pessoal do S.N.S., os bódes expiatórios. Mas, é curto!...

domingo, março 16, 2008

Dois pássaros a voar

"O fundamental é fazer boa viagem. O destino é um pretexto irrelevante."

Cheio de pressa de chegar, galgava caminho sem desfrutar a viagem. Preso ao passado, a uma partida... obcecado com o futuro, com uma chegada... inviabilizava continuamente estar presente no aqui e agora!... O exacto momento, em que a vida se desenrolava.

quinta-feira, março 13, 2008

Arrogância ou lamentável atoarda?

12/3/2008 -"Foram tantas as coisas que fizemos bem, que não temos de perder tempo com o que fizemos mal."
...Vitalino Canas à comunicação social, enquanto porta voz do partido que governa com maioria...

1/2/2006 - Curiosamente, o mesmo Vitalino Canas, também como porta voz do PS, e, a propósito do processo de escolha do candidato presidencial, declarou: "Com certeza que se aprendem com os erros e certamente que quando tivermos de escolher novamente candidatos, olharemos para os erros que cometemos agora".

O Vitalino, dirá o que lhe mandam. O PS mandará o que lhe deixam. Os erros, comprometem os resultados.

segunda-feira, março 10, 2008

Uma proposta

4,6 mil milhões de anos, num sector periférico da Via Láctea, uma estrela maciça esgotou a matéria carburante para continuar a gerar energia e brilhar.
Uma espécie de morte de uma estrela maciça.
Na realidade, esgotada de recursos, o seu coração agonizante submetido à gravidade... explodiu e projectou no espaço as suas camadas superiores numa deflagração fulgurante, enquanto se transformava em supernova; uma estrela de neutrões, com o brilho de milhares de milhões de sóis...
Em seu redor, numa cintura em que ficaram a pairar uma infinidade de partículas que foram interagindo com uma nuvem gasosa ancestral, tivera início uma dança patrocinada pela gravidade e pelo electromagnétismo, que duraria muitos milhões de anos ao longo dos quais as partículas, atraídas umas pelas outras se foram aglomerando. Diminuiam de número, aumentavam de tamanho e, a gravidade ia moldando essas massas cada vez maiores em esfera até nascerem os planetas, e o espaço livre para o seu passeio sumptuoso...
...Esta, a forma encontrada por Trinh Xuan Thuan (no livro: "O caos e a Harmonia, a fabricação do real"), para nos contar o início da história do sistema solar. Um livro a não perder, para quem quiser saber um pouco mais de onde vem e de que é composto.

segunda-feira, março 03, 2008

Uma cultura leviana

Está mais ou menos instituído que cada um de nós tem um preço! ...Uma espécie de ponto crítico a partir do qual qualquer um prescinde da sua integridade. Há até a propósito, uma espécie de anedota: um tipo, cheio de dinheiro, resolve ceder ao capricho de ir ao a outro. Faz-lhe a proposta e, o outro, indignado, diz-lhe que não é paneleiro. O primeiro, convencido de saber como as coisas funcionam, faz-lhe uma oferta de 50 euros! O outro, estupefacto, repete que não é paneleiro. O primeiro - cheio de dinheiro -, aumenta a parada e oferece 500 euros. Mais uma vez o outro, sem vacilar, repete que não é paneleiro. O primeiro, já quase ofendido - por um pobre e mal agradecido -, resolve encostar o teimoso à parede oferecendo-lhe 50.000 euros... o outro, repete que não é paneleiro e, diz o primeiro - o tipo cheio de dinheiro -: pá, tu não és paneleiro... tu és è estúpido!...
...Se para uns isto serve para rir, para outros, serve para reflectir...
Será a lógica contida nesta anedota, que leva muitas das chamadas "figuras públicas" a vender a sua imagem a favor do que quer que seja, a troco de uma verba estipulada?!
A meu ver, são mais putas que as putas. É que as putas, vendem o corpo! Quer dizer: ao menos vendem o que lhes pertence.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Uma breve espreitadela em bicos de pés.

Pôrmo-nos em bicos de pés, espreitarmos o mundo de mais alto e ver mais longe... se bem que pouco sustentável, é possível.
Não fora a precariedade dessa posição exigente que rápido nos causa dor e nos leva a desistir de olhar a coisa de cima, e toda a realidade poderia mudar. A nossa, e a do mundo dessa feita vislumbrado!
De qualquer modo, tendo nós em algum momento optado por esse vislumbre - se bem que fugaz - possível, jamais seremos os mesmos! A partir daí, não podemos ignorar que, o mundo que vemos tem a ver com a forma de o olhar.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Mudar o mundo ou talvez não

A forma como o homem tem representado a vida - a realidade com que me deparo - , não é, absolutamente, aquilo que eu desejaria.
Pudesse eu esquecer a minha semelhança com o resto dos humanos e, atrever-me-ia a acreditar na possibilidade de viver-mos em paz, amor e harmonia, para sempre!... Quimeras! Talvez!
Depois do determinismo de Newton e das verdades absolutas de Lapalice, numa época em que se acreditou ser possível aceder em definitivo aos mistérios mais profundos do Universo, prever (por assim dizer) o futuro, viver em estável ordem... Poincaré, abriu a porta do caos. ...Um novo caos. A outra face - antagónica e complementar - da harmonia!
Falava do um novo mundo, composto de mudança e arbitrariedade. Um passo à frente da regra, do determinado, do esperado e até do provável. Falava que, a órbita dos planetas vai mudando e a qualquer momento o imponderável pode acontecer.
Formulou a teoria a propósito da mecânica. Os colegas estrebucharam mas, umas décadas depois percebeu-se que era aceitável na generalidade.
Para o homem, o cosmos (o micro e o macro), deixara de ser a máquina de rotinas eternas passível de ser desventrada e dar a conhecer a sua essência para premiar estudos rigorosos e sistemáticos.
O contrário da monotonia. A maior dádiva da vida! Para cada nova certeza, novas e sucessivas incógnitas desafiam o homem a rapar o fundo a um tacho que, depois de Poincaré e de Einstein, sabemos não ter fundo. Os físicos hoje, permitem-se afirmar a existência de partículas fantasmagóricas (os neutrinos)!...
Acabadas as certezas categóricas, somos tentados a dar um salto no vazio e utilizar-mos a intuição; a interacção que temos com o cosmos. Quem sabe, um dia, possamos parar de querer mudar o mundo sem mudar-mos a nós próprios...

sábado, janeiro 12, 2008

E o burro a dar-lhe com a farinha

Os economistas de serviço, esfalfam-se em fazer a bota dar com a perdigota.
A realidade galopa resfolgante. Avança à rédea solta, esporeada para dar a volta ao mundo em menos de nada e chegar a todos os lugares, a todos os lares, a todos os seres... através daquela arte do parte e reparte... na terra dos cegos e do Rei e dos que não querem ver e dos que têm mais o que fazer.
Os economistas de serviço, os que aceitam os emolumentos para maquilhar o cadáver e fazê-lo parecer vivo e saudável garantem, que segundo estudos recentes, as leis do mercado livre/a oferta e a procura, são as mais justas, e que, não há em jogo um só dado viciado.
...Estão a trabalhar. Nunca se enganam e raramente têm dúvidas! Estão de serviço para nos poupar desse incómodo de pensar.
...Nada a reflectir. Tudo a conferir: 2+2=4. Mais 21%, menos 21%.
Ninguém tem que se ralar! Mais calote polar menos calote polar.
O que interessa, verdadeiramente, é meter p'ró monte e contabilizar. Pataca aqui, pataca lá, um dó lí tá, quem está livre livre está, cara de amendoá e, pronto... um truque, um balão no ar, um coelho a saltar da cartola... mais submarino menos submarino... ilhas Caimão, charuto cubano...
Tudo na boa. Cheio de transparências...
Vai bem montada, a realidade. Molda-lhe o dorso o Mascarilha, o Zorro, o Robin dos Bosques e o cego. O pior cego...

domingo, janeiro 06, 2008

Uma conversa chata

A incoerência passou a ser um atributo fundamental do actual homem moderno. Tanto lhe amortece-lhe a queda, como lhe promove a ascenção! Definitivamente, o "não sei quê, e tal... e coiso...", está na berra. A malta reve-se nisso. E, numa análise assim assim, encontramos fundamento!... É que, os problemas fundamentais da nossa civilização, estão mais que identificados e são de resolução inadiável. Não há volta a dar nem mais de que falar!
Todos e cada um dos individuos da sociedade ocidental ( mesmo, os do "não sei quê e tal... e coiso..."), estão conscientes da insustentabilidade da "cena" e, estão carecas de saber que isto já lá não vai com palavras e boas intenções. 5/6 da humanidade não se alimentam com essa cena... e estão-se bem cagando para que a culpa seja do Socrates ou do Bush...