sexta-feira, março 30, 2007

Viver: a extraordinária aventura de querer chegar a algum lugar!

É do caos que emana a ordem e tudo se passa ao contrário.
Levar mais longe a vida... fugir a sete pés da não existência... parece ser a condição básica de qualquer ser vivo!
Sobreviver, que tantas vezes se representa como um arrastar de fardo que mais parece um apego dos sentidos a lugares já conhecidos, uma fuga ao desprazer que aceita o sofrimento como porta meia entrada para a utopia de viver esperançado em vir a ser feliz... apresenta-se como um imperativo e até como... a suprema razão da vida.
Há quem diga que é por medo! ...Da morte, do desconhecido!... Eu, acho que não, e que tudo tem a ver com o pulsão, que se por um lado nasce da dinâmica entre o caos e a ordem, por outro, lhe está na origem e constitui a essência do Universo.
Nascido então o pulsão dessa coisa vaga que é o nada; esse antagónico complementar do tudo, que nos deixa aparvalhada a razão e sem resposta para o que teimamos em classificar de "fundamental", resta-nos prolongar a existência - numa esperança quiçá vã - para encontrar coerência para este paradigma de querer chegar a algum lugar, alheados do caminho.

3 comentários:

Manuel Veiga disse...

..."para encontrar coerência para este paradigma de querer chegar a algum lugar, alheados do caminho"

mas


"caminheiro,não há caminho/
faz-se caminho ao andar..."

abraços

Miss Alcor disse...

Tenho de concordar com o herético! O caminho, somos nós que o fazemos pelas escolhas que tomamos!

Nevrótica Aluada disse...

Quiçá, quiçá estamos perante uma catástrofe existencialista… basta um jantar de iguarias e vinho para purificar a alma! Parafraseando Kafka “existe um destino, mas não um caminho; aquilo a que chamamos caminho é hesitação”. Não almejo lugar algum extraordinário, simplesmente acontecimentos presentes “ordinários” alheios aos outros, para além do bem e do mal…