terça-feira, maio 17, 2005

Continuação 2

...Perante uma crise convulsiva de um epiléptico, as consequências da ignorância, foram brutais e dramáticas. Os doutos sábios, recusando-se a confessar as suas limitações, incapazes da verdadeira compaixão e, confrontados com a necessidade de sossegar os espíritos perturbados por medos irracionais, que emergiam soltos de um misterioso imaginário... no mínimo, participaram na construção de soluções dantescas que, ao que parece, só o homem é capaz! Perante esse desassossego da família e da comunidade em geral, a impotência de magos e sábios, de líderes políticos e religiosos, muitos doentes foram torturados, mortos queimados em fogueiras santas, com a responsabilidade de autoridades instituídas e, enfim... de uma boa parte da comunidade que, refugiada na ignorância, queria acreditar ser essa a forma, de libertar o infeliz, de espíritos demoníacos, “purificando-lhe” a alma, para o resto da eternidade... Muitos desses rituais de carácter místico religioso e com alguma pretensão científica, forneciam à comunidade espectáculos públicos, que lhe permitia respirar de alívio... liberta, de tamanho incómodo!...
Dando largas à imaginação, conseguiam vislumbrar nos corpos contorcidos pelo horror, expressões e urros do Demónio, assim afastado por algum tempo.
Enquanto isso, alguns espíritos livres, abafavam no peito a revolta pela barbárie e, receosos de se verem envolvidos, relacionados ou acusados de artes de feitiçaria, ou de pactos com o demónio, viam-se obrigados a assistir impávidos aos crimes, que desde sempre, a ignorância tem permitido justificar!

2 comentários:

pindérico disse...

Porque não quero correr o risco de cometer algum crime ao comentar assuntos que não conheço, direi apenas que li com muito interesse estes últimos artigos.
Gostei.

uivomania disse...

Confesso que, tenho a noção de que posso estar a apresentar uma prespectiva com alguns erros. Resolvi correr o risco, com a humildade possível, por ser o que penso e ter a esperança de que possa ter alguma utilidade.
Um abraço!