Este é um espaço sem meta e sem rumo estabelecido. É fruto deste tempo em que cada vez mais de nós sabem muito de pouca coisa, muitos, sabem de tudo pouco e alguns, nos dizem o que havemos de pensar.
sexta-feira, junho 17, 2005
O rastilho
Estava longe a bomba! Era sempre o que se pensava e cada um achava que ela, lá tinha sido armada por alguém que não sabia o que andava a fazer! Era sempre assim! ...Quer dizer, ninguém era culpado de a lá ter posto. Agora o rastilho, esse, sabia-se bem quem o tinha acendido: fora um bando! Um bando grande e ao que se diz organizado, sabe-se lá por quem e com que fins!... O que é certo é, que esse bando agigantado, tornava o agigantar de um outro no extremo oposto, muito mais aceitável! Quer dizer... extremavam-se as posições, subiam as tensões, antigos combatentes já sem dentes vociferavam palavras de ordem que lhes tinham bailado na mente lá para as bandas do inconsciente e, até gente de bem, que teima em dizer não gostar de fazer mal a ninguém, espreitava a violência como forma de calar o medo e a insegurança! Os inocentes, gente fora de bandos, mais ligada à labuta que é ganhar honradamente o pão de cada dia, homens e mulheres de várias côres, olhavam-se de soslaio, com medo uns dos outros! Enquanto isso... gente sem rumo, saboreava a conquista do protagonismo, subia na hierarquia que estava à mão e, com o pelo na venta a crescer, o peito cheio de ar por achar estar a se afirmar... partia para aventuras que vira na televisão e tornava a fantasia realidade. O rastilho ardia. Ardia... porque se dizia, que a lei não permitia apagar o rastilho e, como se sabe, para mudar uma lei dessas, demora muito tempo, são necessárias muitas lutas, muitas batalhas de palavras, muitos pareceres e estudos especializados, muitos deputados agarrados a discussões politico filosóficas, muitas consultas à comunidade internacional, já que Portugal... gosta de tudo muito direitinho!... Era uma lei de difícil elaboração em nada comparável, com alterar leis laborais ou intruduzir novos impostos. O rastilho ardia, não se apagava. Quanto à bomba, isso então... nem pensar em desmontar. É que para isso, como sabemos, não há verba nem tomates!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Ana Tereza, muitos dos problemas que desafiam a humanidade são idênticos em todo o mundo. A miséria, enquanto consequência das manobras de que muitos são capazes para enriquecer, é uma bomba.
Folgo que gostes do que escrevo, principalmente... porque gosto de te ler.
Enviar um comentário