sábado, junho 03, 2006

...dasssssse!

O Mundo visto de uma perspectiva, está dividido em dois lugares. Num, parece fazer sentido a lipoaspiração, as cápsulas para queimar calorias, os inibidores de apetite...
No outro, a vida esvai-se por falta de um pouco de água, de um simples prato de farinha...
Talvez por isso, no primeiro, se consumam tantos antidepressivos, ansiolíticos e drogas... para não sentir mal estar, bem dispôr e fazer rir!...

13 comentários:

Anónimo disse...

Dassssssssse!
Que finalmente descobri quem me chamou de besta, que tirando o a fica de (the) best ; me dedicou uma post maior do que eu e que de uma outra forma, aliás dizendo bem mais do que eu sobre o Sudão, fez mais um alerta :-)
Desculpo, claro e agradeço.

P.S. Pensavas que eu não vinha atrás, não? Sou mulher, porra! Até me roía toda se o não fizesse ;-)

Anónimo disse...

Agora sobre o teu post.
Ia dizer assim:
Estava eu a tentar descomprimir, decidi correr a blogosfera e deparo-me com um blog duma besta que me alerta que metade do mundo desespera por um pouco de água ou por um simples prato de farinha.
Dasssssse, que besta é esta que até me tirou a sede e a fome?

uivomania disse...

Yulunga, ainda bem que apareces. Detestava saber-te toda roída.
Quanto a isto de nós as bestas, andarmos para aquí a bater em pedra dura, tenho a dizer-te, que já não me basta. Aproveitando essa falta de apetite de que pelos vistos também te queixas, vou contribuir mensalmente, com o dinheiro de uma jantarada para "apadrinhar", uma criança (neste caso Africana). O processo é simples. As instituições estão lá, fornecem alimentação, cuidados básicos de saúde e educação. O dinheiro da minha jantarada, vai pagar a despesa mensal do meu "afilhado" e eu aproveito para prevenir as doenças provocadas pelo excesso.

Nevrótica Aluada disse...

Ó uivomania, isso parece-me solidariedade e benevolência à burguês. Coisa feia! Estás armado em novo rico-caridoso? É muito fashion "apadrinhar" uma criancinha pretinha! Sei lá, fica bem no social status, hui e viva o humanismo!

uivomania disse...

Nevrótica, claro que a coisa também pode ser vista assim, mas porque não ver de outro lado?! Porque não, ver que isto é uma das coisas que eu posso fazer já. E garanto-te que o puto que vai poder passar a usufruir de alimentação assistência médica e educação não partilha da tua opinião! Por outro lado, com muitos gestos destes, talvez que estes dois mundos tão distantes e diferentes se vão aproximando. ...Pode ser que a minha imaginação tivesse sido curta e houvesse melhor a fazer, de qualquer modo, segui o impulso e não estou arrependido mas, estou aberto a uma sugestão tua, com a condição de ser possível realizar já.
A menção que fiz ao meu altruísmo, isso sim poderia ser feio... não fosse eu estar consciente da clara intenção de lançar a ideia para o ar á laia de sugestão para quem a quizesse apanhar. ...Agora, repito, estou cheio de curiosidade sobre se tens ou não uma melhor sugestão.

Nevrótica Aluada disse...

Ai sim, deram-te garantias que o puto que vai usufruir de alimentação, assistência médica e educação? Apenas com um jantar habilitou-se a ganhar isso tudo? De repente as instituições combateram uma certa inércia? Admirável…
Considero que sempre se pode optar por abrir os cordões à bolsa sem ter um refastelado jantar num país dito desenvolvido para ajudar os coitados dos PVD. Todavia, havendo garantias, mais gestos louváveis são desejados, mesmo com uma notória ausência de autenticidade afectiva explícita em benefício de outrem.
Também penso, que podemos agir em vários instituições e programas que se encontram à nossa porta, debaixo do nosso olho no nosso Portugalito. É certo que muitos deles são mal divulgados. Podemos optar por voluntariado, contribuir em alguns projectos das nossas juntas de freguesia, auxiliar sob forma de verba ou, no terreno nas instituições para deficientes mentais que são poucas, verbas para instituições e projectos de jovens de risco, conheço vários em Lisboa e na Margem Sul, existem programas elaborados por padres, escolas e em conjunto com editoras que enviam livros para os países de língua portuguesa. Toda a ajuda é bem-vinda. É sempre bom dar algum calor humano e dedicar a nossa atenção e tempo a uma pessoa e a uma causa, sobretudo, quando esta se encontra perto de nós. Existem várias iniciativas e projectos humanitários de âmbito nacional e internacional, há que procurar informação que geralmente está disponível na net mas, pouco eficaz, nada como ir ao local se possível.

uivomania disse...

Nevrótica, compreendo perfeitamente todas as tuas questões, todas as dúvidas quanto a idoneidade das organizações em questão. Julgo também, conseguir deixar passar esse sapo que gratuitamente me enfias garganta afora, quando partes do princípio que eu, armado em novo rico me dou ao luxo de comprar um lugar fashion, ajudando (ou, talvez não!) com o dinheiro de um jantar, uma criança pretinha. Estou de acordo quando dizes que temos muita gente ao nosso lado para ajudar e, se por um lado, neste contexto, neste lugar, não faz sentido dizer o que tenho feito à minha beira, por outro, não posso deixar de dizer que sou humano e tenho prejudicado e ajudado, quem me está ao lado e que isso não invalida que queira ir mais longe e ajudar quem está mais longe e muito mais precisa.
Três notas, contudo:
1ª- Na dúvida, e até prova em contrário, escolho acreditar no melhor das pessoas.
2ª- Cultivo a tolerância, por reconhecer em mim falhas e defeitos e ter a consciência da necessidade que tenho de que os outros acreditem em mim e me dêem oportunidade a poder corrigir erros e progredir.
3ª- Quando e se ajudo, faço-o por impulso (que me orgulho de ter), por indignação e mal estar em ver sofrer. Faço-o por mim, por isso, também. Porque acima de tudo acredito pertencer a um imenso organismo contituido por mim e tudo o que me rodeia. Isto, faz-me acreditar que a melhor opção para a minha própria vida é procurar equilíbrio e harmonia. Não ajudo pretinhos ou branquinhos. Se puder ajudar, procuro fazê-lo a quem se abeira e que no meu entender, precisa do dinheiro, do tempo, da palavra, da estalada!... De qualquer modo o grau de necessidade de quem me está fisicamente mais próximo, tem muito pouco a ver com uma série de "pretinhos" "amarelinhos" "vermelhinhos" que, se vão cada vez mais abeirando de mim. Sou completamente antiracista, antinacionalista, antipartidarista. Sou... e isso eu compreendo que não queiras acreditar e continuar a jogar à defesa, uma pessoa que procura cultivar e desenvolver boa índole.

Nevrótica Aluada disse...

Apenas considerei o facto de um jantar opulento servir para auxiliar alguém que vive miseravelmente. De facto, é uma atitude completamente burguesa que eu não faria, mas isto sou eu, tem a ver com os meus valores. Sublinhei, que apesar desta ostentação é meritório auxiliar qualquer pessoa carenciada e, acrescento que seja ela de raça, cultura, estatuto económico, comunidade, grupo social, país divergente do meu. A essência encontra-se em gostarmos e acreditarmos em seres humanos e, não no benefício quer de índole económica, quer de índole moralista, ou por ficarmos de consciência tranquila que algumas instituições e pessoas de gestos nobres praticam.
Acredito antes que podemos anular o nosso ego totalmente e beneficiar outrem sem esperar algo em troca, entregarmo-nos a uma causa e a uma pessoa, com resistência e amor envolvidos e não porque estamos indignados, revoltados, ou porque precisamos que alguém acredite em nós para progredir e para demonstrar a nos próprios que somos tolerantes e “bonzinhos” ou, centramo-nos em ajudar o outro porque é uma forma de encontramos a harmonia e o equilíbrio sabendo, que estas duas componentes apenas se encontram dentro de nós. Sei que a Madre Teresa de Calcutá foi única mas, prefiro cultivar valores interiores e sentimentos grandiosos que não precisam de ser racionalizados e que radicam no humanismo global por si só e, não em mim, que através de certas atitudes posso estar a contribuir para uma harmonia também global. Talvez, não entendas o que quero transmitir mas, isso não é de todo o mais importante, o fundamental é fazer algo por outro ser.

uivomania disse...

Nevrótica, gostaria de agradecer-te, por me teres feito endender, que este capricho a que cedi e que me fez acreditar querer e achar poder ajudar a melhorar a vida de uma criança lá longe, mais não era que um impulso feio, de burguês armado em novo rico!... Lamentávelmente, como deves compreender, tendo em conta a situação em que me encontro, não o posso fazer, isto porque se te agradecer, poderei muito bem, estar a dar-te a entender qualquer coisa que ainda não sei! Mas há esperança! Graças a ti, já entendi que o que sinto, penso, digo e faço, é obra de um outro ser de que eu sem saber sou composto, que, para além de se dar ares de bonzinho, gostar de brincar à caridadezinha e ainda que saiba que não resolve nada, goza à brava em ajudar a crescer mais uma criança humilhada por uma esmola desviada de uma lauta jantarada. Ora isto, deixa-me a mim (que sou ele!), nesta lastimável situação, envergonhado, sem saber o que dizer, sabendo eu que, o que disser, poderá ser usado contra mim... quer dizer, a outra parte dele que, no fundo dos fundos, sou eu!
A bem dizer, eu já há uns tempos que ouvia em mim vozes... mas, sem saber que era ele, pensava cá para mim: Ah, isto devem é ser gazes ou lombrigas dos banquetes! ...Mal eu sabia, que existia em mim este presunçoso maquiavélico armado em Madre Teresa, a querer adiantar-se aos humanista institucionalizados e, capaz sabe-se lá do que mais, para cair nas boas graças e conseguir a tranquilidade vitalícia da minha própria consciência de que à revelia se tem vindo a servir.
Eu bem me apanhei, mais que uma vez, armado em altruísta!... Ao princípio comecei por ajudar uma velhinha a atravessar a rua, mas não desconfiei... depois, um bolinho a um faminto... depois, já era dar apoio a uma paraplégica "à borla"... e quando dei por mim, confesso, já só queria era ser piedoso, já só me sentia bem a arranjar a paz e a harmonia fora de mim, porque dentro, com este espaço ocupado por um intruso de quem eu não tinha conhecimento era muito complicado! ...Bem que me explicaram o que era o Tao, a quietude... mas eu, queria lá saber de alguma coisa! Depois, já se sabe... foi o descalabro... já só me satisfazia em salvar crianças de morrerem à fome... Mas, que raio; como poderia eu, sendo o outro, desconfiar do que o motivava e dos verdadeiros objectivos que ele, sendo eu prório, tinha em mente?!
...Bom, graças a ti, sinto que a partir de agora tudo vai ser diferente. Só tenho medo é de ter pena dele e vir a ter uma recaída!...

Nevrótica Aluada disse...

Não pensando melhor, acho que em vez de teres impulsos e ires a jantares opulentos, optavas por fazer stand up comedy em beneficência de outrem, combatias a depressão nacional, ajudavas alguém carenciado com o carcanhol, combatias as tuas vozes interiores e não congeminavas ideias que alguém está interessado em explicar-te ou a mudar algo. Somente aprecia as tuas semi-reflexões e critica os teus posts pois, benevolência só a pratico no terreno, ora, ora…
Na realidade, postulo-me pelo princípio que os melhores actos não necessitam de ser divulgados mas sim, experienciados.

Post-Scriptum: isso de ajudar velhinhas na rua, é coisa de meninos de escuteiros, ainda bem que passaste para o nível seguinte, o altruísmo de bolsos recheados, é caridade à moda ocidental, essa mesma generosidade no dia-a-dia é esquecida mas, procura-se camuflar a putrefacção dos actos.

uivomania disse...

Nevrótica, o que eu adorava, meter-me nisso da santd up comedy e conseguir por a rir aquela malta com os ossos todos à mostra! Isto das minhas semi-reflexões, como é bom de ver, é fruto desta fase em que eu sou dois e o outro seu eu próprio... e neste particular apélo à tua benevolência que pelos vistos também praticas sem divulgar. ...Olha, muito me contas! E agora a sério (que é como quem diz, a brincar), nevrótica... partes-me todo pá! Tens pernas para andar. ...Não vás é para o lado do precipício! Aí, a pessoa caí e esbarronda-se toda!

Nevrótica Aluada disse...

Encaminhar-me para o lado do precipício seria desastroso e lamentável, além disso, terias pesadelos para o resto da tua humilde vida por proferires tais palavras funestas. Acrescente-se que seria deplorável não ler o Cabeça, não colocar os teus olhinhos nas minhas palavras, seria sim uma perda terrível. S.f.f. de não me traçares tal destino pah. :P

uivomania disse...

Ah Nevrótica Aluada que acabaste de me espetar uma facada! Justamente agora que travo uma luta com o meu outro eu, esse danado armado em novo rico que puseste a descoberto!... Acaso foste capaz de pensar que eu queria ver-te escorregar e cair?! Então tu não vês que era ele a provocar-te? ...O que ele queria era ver-te sentada nos joelhos e dar-te conselhos... dizer-te com os olhos doces... vem por aquí... o que ele quer, sabemos nós!... Ele quis foi cair-te em graça, lá com as conversas do Sudão e não sei quê... Mas não teve sorte nenhuma que tu não és nenhuma tó-tó, e comigo está lixado, vou tomar um antipsicótico e depois sempre quero ver o que ele tem para te dizer!