domingo, dezembro 05, 2004

Missiva 5

Bem!!!... nem queiras saber no estado em que eu estou! Sobre aquilo de fazer o que mais ninguém pode fazer por mim... fiz e pronto. Quanto a isso tudo bem. Agora, quanto ao Pinto da Costa, ao Santana e a um tal de Sócrates que os abrilenos resolveram ressuscitar... não sei se te diga se te conte. Sobre o Sócrates, podes ficar descansado, que eu já fui ver à enciclopédia e ele afinal está morto há muito tempo. Já nessa altura, acabou condenado a morrer com cicuta, por passar a vida a falar e enervar as pessoas! Quanto ao Pinto da Costa e àquela história do "apito dourado"... a coisa está para durar! Curiosamente o Santana, a seu tempo, advertiu que algo de estranho se andava a passar entre dirigentes e árbitros de futebol, lá para as bandas do Canal Caveira, salvo erro! Só que na altura, porque outros valores mais altos se levantaram, ele teve de abandonar o cargo de presidente do Sporting... Bem, mas deixemos isso que eu estava a contar-te o meu sonho, cuja interpretação - estou convencido - poderá vir a ser-te muito útil no futuro!
Ora, dizia eu, que sem saber porquê, respondi impulsivamente ao tal militar: "Adivinha!". Perante esta resposta o homem deu meia volta e pôs-se a marchar, ao mesmo tempo que um outro me surgiu à frente com a arma ao ombro, e perguntou: "Tu és o 1640?" (que era o número que eu tinha na senha) ao que eu, decidido, respondi: "Não! O 1640 é que é meu!". E, deixaram-me passar! Entrei, na praça do comércio, orlada de pelotões em sentido, e... em menos de nada, um desses pelotões começa a marchar na minha direcção com a arma ao ombro, pára na minha frente, bate com as solas das botas no chão e um deles (acho que o mais graduado) dirige-se a mim e pede-me para os acompanhar... e eu, como eles pediram, acompanhei! Dirigimo-nos para o centro da praça, rumo às escada de um palanque, ao nível das nossas cabeças, para onde me convidaram a subir! E eu, como me convidaram subi! ...Adivinha com quem é que eu dou de caras, vestido à Luís XV, por detrás de uma bancada de artesão urbano, cheia de moedas antigas, medalhas de mérito bem areadas, cruzes de Malta, diplomas Hónoris Causa, etc... Durão, com tanto que tu tens para te atrofiar a cabeça, escusas de te esforçar, porque esta, nem a ti te passava pela cabeça... Pois era... nem mais nem menos que, o... Paulinho!!! O Paulinho! O Portas!... Encaro-o. Ele... olha-me vivamente e sem que eu me apercebesse como, vimo-nos rodeados por todos os lados menos por um (que dava para o Tejo) de altas patentes de todos os ramos das forças armadas... em sentido e com a arma ao ombro, tambores a rufar por tudo quanto era sítio, tudo muito certinho... coisas de militares!...

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